Da crise na saúde
vanita
Há médicos que deviam ser denunciados. Aproveitadores da dor alheia que, donos de uma razão que desarma utentes, se valem das suas especializações utra-específicas para fazer duas coisas:
- viver à margem do Sistema Nacional de Saúde
- abster-se de comparticipações com qualquer seguradora que seja
Estabelecidos neste resort de luxo onde tudo o que entra é lucro, estes médicos super especialistas no mal que afecta os desesperados pacientes, usam-se dos seus conhecimentos para continuar a garantir o rendimento mínimo para as vidas imperiais que levam. Convencem os doentes da gravidade da sua situação - tão mas tão grave que só tem resolução nas suas mãos mágicas e altamente especializadas para aquele caso específico - e impingem - meus senhores é esta a palavra! - impingem cirurgias caríssimas, apenas disponíveis em hospitais privados e... isso mesmo, longe das comparticipações de seguradoras. Mais ainda do Serviço Nacional de Saúde. E este dinheiro - generosos milhares de euros, nunca menos - vai para o porquinho lá de casa.
Todos ficam felizes. Problema resolvido, cofre cheio. Até ao fatídico momento em que as coisas voltam a correr mal. Infames, estes médicos - os tais que deviam ser denunciados - preparam terreno para a terrível novidade: vai ser necessário voltar à faca! Sem qualquer ética ou moral, estes médicos pouco se importam com a gravidade de se levar um paciente inúmeras vezes à sala de operações. O importante é garantir que o negócio continua a fluir.
O meu conselho? Peçam sempre uma segunda opinião e, se for o caso, uma terceira. Não se deixem levar pela conversa dramática e catastrófica que apenas terá solução numa maca de hospital. Podem existir caminhos alternativos e um médico que se apressa a sugerir a faca à partida já mostrou de que material é feito. Fujam deles. E levem os euros que vos sobrarem.