O sentido das greves
vanita
Hoje há greve de 24 horas no Metro de Lisboa.
A greve, como bem se sabe, é um instrumento de luta dos trabalhadores que foi conquistado a pulso pelas classes trabalhadoras oprimidas do tempo da Revolução Industrial. Um mecanismo de reinvindicação por melhores condições de trabalho que deve ser encarado com o máximo de seriedade, pelo sangue, suor e as lágrimas que foram derramadas para que o exercício do seu direito fosse consagrado. Esta é a razão por que existe uma atitude de reverência e sobriedade em relação a qualquer trabalhador que se sinta no dever e obrigação de fazer uso de uma paralisação do trabalho que, felizmente, está consagrada no Código do Trabalho.
Posto isto, penso que não restam dúvidas quanto ao valor da greve.
Assim sendo, por que razão as sucessivas e ininterruptas greves dos trabalhadores das empresas de transportes públicos são alvo de contestação por parte da população que, a pouco e pouco, vai perdendo a vergonha de dizer o que realmente sente?
Ora bem, é bastante simples, mas vamos explicá-lo para que não haja mal-entendidos.
Como se expôs acima, a greve é um direito adquirido, o instrumento nobre da luta dos trabalhadores. Tal como se entende, a greve é um recurso para ser usado com parcimónia, de forma objectiva e, sobretudo, com vista a resultados eficazes. E é exactamente neste ponto que os trabalhadores das empresas de transportes públicos falham. Ao usar o mais nobre instrumento de luta de forma sistemática, sem objetivos claros e bem definidos e sem a presença dos trabalhadores nos locais de trabalho, como têm vindo a fazer no último ano, estão a banalizar o último recurso dos assalariados, fazendo com que perca a sua eficácia, com prejuízo para TODOS os trabalhadores.
(deixarei de parte a questão de estarem a prejudicar terceiros em lugar de afectarem a vida daquelas empresas e dos seus administradores como depreende que seja o real objectivo nos vários comunicados que fazem)