Lady Di, a Princesa do Povo
vanita
Lembro-me da mini-saia e da blusa que tinha vestida quando cheguei a casa naquela noite quente de Agosto. Lembro-me que cheguei bem tarde - mais de manhã - e de ter ficado em estado de choque. Na televisão dizia-se que a Princesa Diana, Lady Di à altura, tinha morrido em Paris, num acidente carro. Foi como se o mundo tivesse congelado naquele momento. Eu tinha 18 anos e ainda não sabia que era possível haver reviravoltas deste tamanho no decorrer da História. A Princesa do Povo, como lhe começaram a chamar logo de seguida, era uma das personagens principais no guião que se escrevia por aqueles tempos. O género George R. R. Martin ainda não se tinha popularizado e a morte, aos 36 anos (!), de uma das figuras mais emblemáticas de sempre não cabia no entendimento que tinha do mundo. Faltava pouco para o nascer do sol mas lembro-me que já não consegui dormir. As notícias ainda eram baseadas em rumores e senti que, se adormecesse, estava a aceitar que o pesadelo era mesmo verdade. Uma angústia que se enrolou durante uma semana, o tempo que decorreu até ao funeral, e ficou travada num nó na garganta em dois irrepetíveis momentos: na voz embargada de Elton John a entoar o "Candle in the Wind" e quando William e Harry acompanharam pelo próprio pé o cortejo fúnebre da mãe. Um desgosto espelhado no envelope endereçado à "Mummy" por cima do caixão da Princesa Diana.
Adenda: Das coisas curiosas: num hospital em Paris, nessa mesma noite, nascia uma prima minha.