Geração de cristal
vanita
Feitos de loiça, frágeis e preciosos. Assim somos neste início de século. Polícias de comportamentos e costumes, mimados e protegidos, comandados pelo medo e de dedo em riste, a apontar falhas. Vivemos sozinhos numa angústia solitária mascarada de filtros que escondem a realidade. Somos opacos, vazios e sem conteúdo. Ansiamos por algo que nos quebre e roube à redoma de cristal em que nos enclausuramos. Tememos pelo mundo que não conhecemos e, como copos de vidro, continuamos no armário a aguardar a próxima grande festa que nunca será suficiente para justificar a saída.