Em nome do pai
vanita
Os filhos de Cristiano Ronaldo são apenas isso: filhos de Cristiano Ronaldo. O "maior português vivo", o homem que leva mais longe o nome de Portugal, pode ter tudo - ou quase tudo - o que quiser. E, talvez por isso mesmo, escolheu ter filhos como produção única. Seria de louvar, não fosse tão absurdo e reflexo de insegurança e falta de confiança no mundo e em quem o rodeia. Começa por ser uma falta de respeito para com as namoradas. Das duas vezes em que "foi pai", Cristiano Ronaldo ignorou o facto de estar envolvido com outras pessoas, em relações que pressupõem planos para o futuro e, em última análise, vidas familiares que se cruzam. Cristiano Ronaldo pode namorar, mas para ter filhos, prefere mandar tratar lá fora, que assim é que tem controlo absoluto sobre questões de futuro, pensões de alimentos ou pressões que não lhe interessam. É triste. É uma falta de consideração com os filhos. Para um homem tão agarrado à família, que tanto lamenta a morte prematura do pai, não se percebe que dispense o papel de mãe na vida dos filhos. Dona Dolores, aparentemente aprova, e isso também me foge ao entendimento. A relação mãe-filhos é única e inimitável, o laço mais estreito que teremos em toda a nossa vida. Cristiano Ronaldo, menino querido da mamã, age como se se bastasse aos seus próprios filhos. Como se o dinheiro pagasse a ausência de uma mãe. Mais uma vez, é triste. É uma falta de respeito com as mães das crianças. Mas quanto a isso, pouco podemos dizer, apesar dessa intuição, uma vez que os termos dos "negócios", nunca foram claros. A maternidade pode ser mais triste do que isto? É uma falta de respeito para com a sociedade e os filhos enquanto indivíduos. Por alguma razão se acabou com a designação "filho de pai incógnito". Por ser demasiado triste. Cada um é livre de fazer as suas próprias escolhas e o mesmo se passa com Cristiano Ronaldo. Privar filhos que podem ter tudo de ter uma mãe parece-me apenas a mais lamentável das escolhas. Triste.