Doce ou travessura
vanita
Quero lá saber se é uma festa pouco portuguesa, as tradições criam-se. Para mim o Halloween é uma data que me enche as medidas e explico porquê. 1. Tudo se resume a uma noite, o que é bestial. Não há tempo para enjoos e massacres que tiram a piada à coisa. É na medida certa. Para não referir que, no dia seguinte, se celebra o Dia de Todos os Santos, com o seu Pão Por Deus, por isso descansem os incomodados com as festividades americanas e vejam isto como a antecipação da nossa verdadeira celebração. 2. Depois, não há cá desculpas para que os homens se vistam de matrafonas e as mulheres se dispam de putas, como no Carnaval. Nada disso. O Halloween tem mais a ver com sustos, truques e brincadeiras do que necessariamente com os disfarces. Um pouco como as raízes do verdadeiro Entrudo, ainda para os comichosos. 3. É uma festa muito pensada para as crianças e que isso nunca lhes seja tirado. A brincadeira do "doce ou travessura" - estou a ouvi-los agora mesmo aqui na rua - não é portuguesa mas pouco diverge em conceito do Pão Por Deus. Isto no fundo vai tudo dar ao mesmo. 4. Finalmente, trata-se de vencer medos com risadas e montanhas de açúcar. Brincar com o horror é do mais genial que pode haver, se não se perder o tino, claro. Fantasmas risonhos, zombies bebés, bruxas atrapalhadas, são formas giras de por miúdos e graúdos longe dos computadores por uns momentos. E isso é de ouro hoje em dia. Por isso, toca lá a sair da campa para assombrar os vizinhos!