A morte na cidade
vanita
Na era da informação rápida e imediata não há sequer memória do ciclo da vida, quanto mais da morte. O conceito não é novo mas impressiona-me sempre. Actualmente, sobretudo nas cidades ocidentais, o modo de vida urbano e estilizado das redes sociais e virtuais afasta-nos do movimento orgânico dos corpos e da natureza. A morte não existe. No dia-a-dia não há espaço para lidar com a emoção e ritual de perda. Estamos em constante movimento, numa roda que nunca pode parar. Há festa e frenesim por todo o lado e evitamos lidar com o tema do desaparecimento e fim de vida. Fazemo-lo quase de forma inadvertida. O afastamento da natureza alienou-nos dos ciclos naturais e, inconsequentemente, deixámos de os encontrar na vida quotidiana. Hoje li que é possível que uma pessoa viva praticamente sem contacto com a morte até ao momento da sua própria despedida. Perturbador.