28
Jun10
Igual mas diferente
vanita
Hoje é o meu último dia de trabalho. Estou aqui, sentada no sítio de sempre, com as emoções à flor da pele. O ambiente à minha volta não mudou muito. O frenesim faz parte das nossas vidas, hoje também. Por outras razões mas não muda o nosso estado natural. Ainda assim, faltam pessoas. Há quem esteja a trabalhar já deposto do cargo que tinha, hoje não tenho superiores directos. Eles estão cá, mas oficialmente já não estão a cargo da nossa equipa. Há quem esteja a trabalhar porque não recebeu outra ordem em contrário, como é o meu caso. Não vou ser reintegrada noutros projectos da empresa. Fomos nós, os renegados, que ouvimos de pé o discurso de despedida dos donos da casa. Não há palavras que descrevam esse momento. O olhar para a minha colega, a minha irmã do coração, e sentir que somos as últimas. Que foi a nós que coube a tarefa de fechar a porta. Hoje é o meu último dia de trabalho e, tirando a dor de barriga, parece um dia igual a tantos outros. Apenas com a certeza de que amanhã nada será igual. Uma certeza que faz toda a diferença.