De volta ao confinamento - a revolta
vanita
Não, não vai ficar tudo bem. Não está tudo bem. Quase um ano depois, há áreas de negócio que ainda não voltaram a abrir portas, pessoas que viram o seu sustento de vida aniquilado e continuam à espera de uma solução que não vai aparecer tão cedo. Esqueçam os arco-íris e as frases positivas de motivação. O desespero e a desorientação estão na ordem do dia. Vê-se nos grupos de pessoas que passeiam nas ruas sem respeito pelas regras de confinamento ou de higiene respiratória. Ouve-se no burburinho quase ensurdecedor que revela negócios a funcionar por trás de portas semi-cerradas para garantir o sustento das famílias, por “direito à resistência” ou por falta de um rumo que não se distingue no horizonte. Há revolta no ar. Uma revolta que se insurge de braço dado com o caos que se entrevê nos hospitais. As luzes das ambulâncias em fila pintam o cenário com a cor do desgoverno incontrolável. Percebe-se que o pior ainda está por vir. Ao mesmo tempo, há quem assobie para o lado e negue uma realidade de que não podemos fugir. Duas faces de um mesmo confinamento, que nada tem a ver com a quarentena de 2020. É urgente acordar.