Sobre a essência deste diário
vanita
“‘Não te esqueças’, disse-me, ‘de que a verdadeira substância de um diário não são os acontecimentos exteriores, mas sim a evolução moral do autor’”.
”O Mal de Montano”, de Enrique Vila-Matas
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“‘Não te esqueças’, disse-me, ‘de que a verdadeira substância de um diário não são os acontecimentos exteriores, mas sim a evolução moral do autor’”.
”O Mal de Montano”, de Enrique Vila-Matas
vanita
Andar por Lisboa sozinha à noite, de transportes públicos, faz-me sentir acolhedoramente em casa. Ainda não consegui perceber se isto é triste ou não.
vanita
Jornalistas incómodos, jornalistas que perguntam, jornalistas que dificultam a vida a assessores e entrevistados, jornalistas que se recusam a ser pés de microfone, jornalistas que farejam notícias, estudam oportunidades e correm atrás de uma boa história. A profunda crise financeira e de liderança dos grupos de comunicação social, dito de forma muito simplista, esvaziou as redações e, como consequência, ditou o desaire atual do jornalismo português. Estando há uma mão cheia de anos do outro lado, do lado da assessoria, é com profundo e continuado desgosto que assisto à falta de entusiasmo e iniciativa por parte das redações. Quem me dera um jornalista empenhado e interessado que me desse trabalho, que me fizesse arrancar os cabelos mas que, ao mesmo tempo, validasse as ganas e paixão que apaixonaram tantas gerações que quiseram um dia seguir uma carreira no jornalismo. A ausência de meios e a falta de empenho estão a matar a essência do jornalismo. Prejudica-nos a todos.
vanita
Refiz caminhos, trajectos e hábitos de um passado recente. Subi escadas, virei no sentido correto quase de olhos fechados, levei a mão ao passe no momento certo e palmilhei lajes há muito conhecidas, entretanto deixadas esquecidas nesses recantos mágicos da memória de onde conseguimos resgatar a cúmplice rotina que confere aquele sempre tão aconchegante sentimento de pertença a algum lugar. Refiz caminhos mas não me emocionei nem me deixei contagiar pela nostalgia do que já não é. Quando nos anulamos durante tanto tempo, o que fica é o vazio, o nada que, de tão absurdamente ostensivo e incómodo, se dilui e desfaz sem deixar rasto assim que o conseguimos vencer. Refiz caminhos e não me revi. Não tive saudades de mim.
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