Estou quase a fazer 40 anos
vanita
Não sei se viverei outros 40. Quando comecei este blog tinha 28 e a alegria recém-conquistada de ter a vida pela frente. Comecei-o uns meses depois de um diagnóstico menos bom e era a gratidão por cada dia que geria as minhas escolhas e opções de vida. Ainda é assim. Mas agora tenho quase 40 anos. Não gosto de me expor mas não sei ser superficial. Vivo de emoções intensas e genuínas, sou feita de convicções e acredito cada vez mais no silêncio como fonte de paz e bem-estar. É comigo mesma que resolvo as minhas revoluções e guerras pessoais. Tenho cada vez mais dificuldade em perceber como é que esta forma de encarar a vida se cruza com um blog intimista como o que este tem sido. Gosto de escrever, sobretudo sinto prazer no jogo com as palavras e o que daí pode sair e essa é uma das características que mais me realiza. Abrir um documento, deixar escorrer o que tenho cá dentro, ser surpreendida com o resultado final e, por muitos anos que passem, continuar a rever-me na composição que disso resultou. Como se fosse guiada por forças invisíveis, sentidos por definir, linhas mestras de outra dimensão. Este blog tem mais de onze anos e há nele tanto de mim como de outras Vânias onde já não me reconheço. Ter 28 anos não é, nem deve ser, o mesmo que ter quase 40. Não sei para onde a vida me leva, que outros caminhos tenho de trilhar ou que desafios vou enfrentar. Sei que todos os dias continuo a aprender e que continuo sempre a sonhar. Não é infantil, nem juvenil ou pouco ambicioso. É o que nos move. A mim também.