Aos 26 anos todos os sonhos são possíveis
vanita
E se aos 27 anos te disserem que tens um cancro? A arrogância dos vinte é visível e até justificável. De miúdos, em menos de nada, entramos no mercado do trabalho e não conseguimos ignorar a mudança de estatuto. Com a responsabilidade de mão dada com a capacidade de realizar e produzir, é natural que nos sintamos donos do mundo. De repente, somos capazes de realizar tarefas, conquistar feitos, receber elogios e de nos embriagar com o elixir do resultado do nosso esforço. Aos vinte e tal anos, o mundo é nosso, tudo é possível e está apenas a começar. E quando esse sentimento é hipotecado pela inevitabilidade da efemeridade da nossa existência? No que é que esse golpe nos transforma? Seremos pessoas gratas pelo dia que vivemos ou deixar-nos-emos contaminar pela amargura de nos ter falhado o chão nos mais brilhantes dos nossos anos? Ou nada disso terá efeito, bastando-nos ser como sempre fomos, com todas as qualidades e defeitos que determinam a nossa personalidade? Será que os sonhos só começam depois de um diagnóstico como este? Qual é a vida que conta?