Overdose de newsletters matinais
vanita
Pronto, já estragaram tudo. O que era uma boa ideia agora quase que assume a forma de spam. Todas as manhãs tenho o mail invadido por newsletters matinais que eu mesma subscrevi mas que agora são sinónimo de angústia. Pretendia-se poupar tempo a quem trabalha com pequenos apontamentos sobre as notícias do dia, que se podiam ler no caminho para o trabalho ou durante uma pausa para o café. Como é habitual em Portugal, o sucesso da primeira - bem-haja, David Dinis! - não espelhou o segredo do êxito. As imitações já pecavam por extensas e palavrosas, muito aquém do verdadeiro objectivo, a razão por que tão bem resultou à partida. Não obstante, a imitação tornou-se modus operandi e agora só os menos atentos não têm uma newsletter matinal para os seus leitores. Menos atentos esses que, actualmente, podem, sem qualquer mérito, estar a conquistar mais leitores pela sua postura mais quieta e sadia. São demasiadas newsletters, nenhuma das quais sem grande poder de síntese, que era o que se pretendia. É verdade que podemos escolher apenas as que se adequam às nossas preferências, mas o que fazer quando nenhuma em particular nos agradar no seu todo mas apenas alguns apontamentos dispersos em cada uma delas? Sim, as newsletters são uma fonte de stress. Exactamente o contrário do que se pretendia. Solução? Quem sabe, apostar em newsletters mais visuais, com menos caracteres, mais objectivas e dinâmicas. É verdade que se perde na prosa e no raciocínio, mas não é esse o objectivo primordial: facilitar a vida a quem tem pouco tempo no seu dia-a-dia para se manter actualizado?