Mudasti
vanita
Mudasti, uma palavra antiga - hehhe - para descrever o que se passa neste blog. A minha vida não é um blog aberto, menos ainda um espaço social virtual que basta clicar no F5 para que seja actualizado. A informação rápida e praticamente instantânea pode ser um vício. Atordoa-nos de tal forma que, quase sem darmos por isso, perdemos a nossa identidade em prol das várias personas que assumimos em cada uma das plataformas virtuais. Para as alimentar recorremos ao que somos, ao que de mais banal e até de mais íntimo temos e que faz de nós pessoas únicas e excepcionais. Esvaziamo-nos em conteúdos formatados para Instagram, Facebook, Twitter, blog, tumblr, snapchat, whatssapp e todas essas apps cujas notificações nos alimentam o ego. Como dizia, maravilhados com o conceito, ficamos vazios e angustiados, dependentes de likes e confirmações de apreciação, às quais ligamos íntima e negligentemente o nosso estado de humor. Sem nos apercebemos, deixamos que o mundo fictício de George Orwell se torne realidade a cada passo que damos. Somos controlados e manipulados mas, estranhamente, acreditamos que somos felizes. Há que romper a teia, questionar o que nos rodeia e procurar novas formas de estar e agir, tirando o maior proveito deste mundo virtual, sem que ele nos sugue por completo. Tudo isto para explicar que, sim, mudei. Mas ainda por aqui ando e em breve voltarei. Com a minha armadura contra o Big Brother. He is not watching me.