#dez anos depois
vanita
2006 foi o meu annus horribilis, talvez por isso, ao contrário do que me caracteriza, esteja praticamente anestesiada em relação a este novo ano que agora começa. São dez anos. Dez anos depois. Depois de tudo o que me mudou e fez de mim o que entretanto sou. Tenho medo do futuro e o passado nem sempre me larga, não consigo evitar alguma comiseração pelos dez anos que podiam ter sido iguais aos de qualquer jovem dos 27 aos 37, mas foram os de uma pessoa muito mais velha, mais madura e com mais medos. Dez anos depois, um dia depois, tornei-me imediatamente melhor pessoa, não tenho qualquer dúvida. Mas cresci depressa demais, eu, pequena anciã mimada no corpo de menina, obrigada a deixar a infantilidade de lado. Não tivesse sido aquilo, teria sido outro motivo, mas aquilo dói. E, dez anos depois, olho com angústia para 2016. Pelas memórias e pelo eu que ficou lá atrás. Veremos o que 2016 nos reserva.