Arquipélago, de Joel Neto
vanita
Ler «Arquipélago» é viajar até aos Açores pela mão de Joel Neto. É penetrar no azul imenso, respirar no calor afogueado da atmosfera marítima, com cheiro a enxofre, e enveredar pela imensão de verde que se confunde com todas as cores. «Arquipélago», de Joel Neto, é uma ode aos Açores, um hino de luxúria, um abraço de gratidão e alegria que se bebe sem pressa, com o descanso de quem chegou onde pertence. Não somos nós que chegamos a casa, é Joel Neto que nos conduz neste regresso personificado em José Artur. Um regresso que, mais que da personagem, é do autor e também um pouco nosso, que nos misturamos com o que Joel Neto nos transmite. Caminhamos nos passos de Joel Neto - de José Artur, perdão! -, fumamos os seus cigarros e contemplamos com os seus olhos. «Arquipélago» é um reencontro com as nossas raízes e com o passado. É um pedido de perdão e a reconciliação connosco. Vamos pelas mãos do autor, mas seguimos a nossa própria viagem, com enlevo, pacificados.