Agora os pimbas já são bons?
vanita
Estas coisas têm alguma piada. Quase que aposto que, ontem, o leitor standard da revista E do Expresso por pouco não se engasgou com o café na esplanada, correndo o risco de sujar o imaculado pólo de beto, bem como toda a postura ensaiada durante anos, quando leu o nome de Nel Monteiro, Ágata ou Saúl Ricardo, assim, à solta, a conspurcar aquelas prestigiadas páginas. Reação diferente terá originado a peça que deu voz ao tema no Jornal da Noite, SIC, mais eclético e abrangente na audiência que cobre. Mas realce-se: as figuras do Pimba nacional tiveram honras de presença em dois canais nobres de informação deste rectângulo esquizofrénico à beira mar plantado. Não que seja mérito próprio ou das suas carreiras consistentes de tantos anos. Qual quê? A meritocracia, até agora, apenas lhes abriu páginas em jornais que já fecharam - onde tive a honra de trabalhar - ou publicações e programas de cariz popular. Os órgãos de comunicação de referência não reparam em profissionais que não fique bem exibir numa festa pós-laboral de amigos. O milagre tem um nome: Bruno Nogueira. Um rapazito novo, com menos estaleca que qualquer um dos referidos na revista do Expresso, mas que tem a sorte de fazer parte do clube que não envergonha os benzocas. Se o Bruno Nogueira estreia um programa - Som de Cristal, dizem - que venha a nós o universo dos cantores Pimba. Olhemos para esta realidade como se apenas agora ela tivesse surgido, façamos disto um acontecimento e batamos muitas palmas, sem nos esquecermos de elogiar a brilhante cabeça deste jovem de quase dois metros de altura. Caramba, o tipo é genial. Foi atrás dos Pimbas.