Toda a Mafalda, de Quino
vanita
Pequena e rabina, inteligente e divertida, eis a Mafalda. Corpo de criança, cabeça de sábia e uma aversão gigante à sopa. Podia enumerar mil e uma razões para conhecerem a obra de Quino e lerem de fio a pavio esta edição comemorativa dos 50 anos da criação desta personagem; podia elogiar o espírito crítico e atento que nos deixa a questionar a nossa própria atitude em relação ao mundo geo-político, às diferenças sociais e económicas ou ao papel da mulher na sociedade; podia apontar diferenças incontornáveis que esta banda-desenhada revela na forma como as crianças brincavam, arrepiar-me com o recurso às armas de plástico ou interrogar-me sobre a vida económica destes pais sempre nas lonas mas que todos os anos vão para fora nas férias. Sim, podia fazer tudo isto e muito mais. Mas há momentos em que as imagens valem por mil palavras e isso aplica-se muito aos quadradinhos desta Mafalda, que tem lugar cativo no meu coração. Afinal, falamos de uma menina que chamou Burocracia à sua tartaruga. E o que dizer da genialidade de Quino, que dá o nome de Felicidade à mais pequena do grupo de amigos? Sim, podia dizer muito, mas fico-me pela recomendação: leiam a Mafalda e, tal como ela, nunca abandonem o espírito crítico. Ah, e divirtam-se. Há tempo para tudo.