Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

caixa dos segredos

Bocados de mim embrulhados em palavras encharcadas de emoções. Um demónio à solta, num turbilhão de sensações. Uma menina traída pelas boas intenções.

31
Out14

Doce ou travessura


vanita

Quero lá saber se é uma festa pouco portuguesa, as tradições criam-se. Para mim o Halloween é uma data que me enche as medidas e explico porquê. 1. Tudo se resume a uma noite, o que é bestial. Não há tempo para enjoos e massacres que tiram a piada à coisa. É na medida certa. Para não referir que, no dia seguinte, se celebra o Dia de Todos os Santos, com o seu Pão Por Deus, por isso descansem os incomodados com as festividades americanas e vejam isto como a antecipação da nossa verdadeira celebração. 2. Depois, não há cá desculpas para que os homens se vistam de matrafonas e as mulheres se dispam de putas, como no Carnaval. Nada disso. O Halloween tem mais a ver com sustos, truques e brincadeiras do que necessariamente com os disfarces. Um pouco como as raízes do verdadeiro Entrudo, ainda para os comichosos. 3. É uma festa muito pensada para as crianças e que isso nunca lhes seja tirado. A brincadeira do "doce ou travessura" - estou a ouvi-los agora mesmo aqui na rua - não é portuguesa mas pouco diverge em conceito do Pão Por Deus. Isto no fundo vai tudo dar ao mesmo. 4. Finalmente, trata-se de vencer medos com risadas e montanhas de açúcar. Brincar com o horror é do mais genial que pode haver, se não se perder o tino, claro. Fantasmas risonhos, zombies bebés, bruxas atrapalhadas, são formas giras de por miúdos e graúdos longe dos computadores por uns momentos. E isso é de ouro hoje em dia. Por isso, toca lá a sair da campa para assombrar os vizinhos!

31
Out14

Em terra de escova e chapinha quem tem cachos é rainha!


vanita

curly_girl_by_zarathos86-d4g5b4h.jpgObrigada, Mónica, por trazeres à praça pública este assunto tão delicado. Ora, sendo eu uma moça com cabelo ondulado/encaracolado/tem-dias, este é um tema que me diz directamente respeito e ao qual tenho dedicado alguma atenção nos últimos tempos, sob pena de um destes dias aparecer com o cabelo totalmente rapado só para não ter que me chatear mais com este assunto.

Dita a moda, e 90% das fashion advisers, que uma mulher só é gira se tiver o cabelo impecavelmente liso. E sim, esta é uma realidade incontornável, que comprovo inúmeras vezes quando estico o cabelo no cabeleireiro e sou automaticamente atendida de forma mais cordial e cortês onde quer que entre ou a quem quer que me dirija. 

Infelizmente ou felizmente, o meu cabelo é assim, cheio de personalidade, tem caracóis, jeitos, o que lhe quiserem chamar. Não sou a única e, finalmente, começam a surgir os primeiros sinais de mudança de paradigma nesta ditadura capilar. No Brasil, que é um país que está sempre à frente nestas coisas da beleza e dos cuidados pessoais, está em voga a cultura de se assumir o cabelo como ele é naturalmente. Um pormenor que a Mónica Lice também refere no post e muito bem. 

Vamos pois, deixar de tentar ser o que não somos. Vamos assumir a nossa natureza, tirar proveito dela e fazer disso uma característica que nos destaque num mundo onde todos seguimos as mesmas regras. E sim, para isso, convém saber tirar proveito do que temos. Eu já tenho andado a pesquisar vídeos, a treinar técnicas e a aplicar novos produtos. Há dias bons e dias menos maus. Mas estou empenhada e posso comprovar alguns dos pontos que a Mónica refere. 

Sim, isso da t-shirt velha para secar o cabelo quando se sai do banho, como vi em tantos sites brasileiros, é excelente para reduzir o frizz. Já tenho uma ao lado da minha tolha. Isso e terminar sempre de lavar o cabelo com água fria, quase gelada. Acreditem, são dois pormenores que podem mesmo fazer a diferença. Mas ainda não encontrei o leave-in certo para o meu cabelo. Continuo na busca e anseio pelo dia em que cada um de nós se assume como é. Sem condicionalismos nem a necessidade de passar duas horas ao espelho antes de sair de casa.

29
Out14

Budapeste, de Chico Buarque


vanita

budapeste.jpg

Como é que se lê um romance de Chico Buarque sem o peso do nome do autor? Mesmo na cidade fria de Budapeste, sente-se o gingar melodioso do português falado em tom brasileiro e da musicalidade que nos remete para o famoso cantor. Talvez por isso, a personagem principal deste romance seja um escritor fantasma - um "ghost writer" - que nunca colhe os frutos do sucesso que alcança, levando-nos a nós, leitores, a questionar o êxito do livro que carregamos em mãos, caso nos fosse apresentando sem Chico Buarque, esse que ouvimos nas letras que nos fazem virar páginas atrás de páginas. Budapeste é um livro cantado, embalado na poesia das palavras. É um livro simples e atordoado, uma crise existencial encarada com a alegria típica do povo brasileiro, sem deixar de ser dramático. Budapeste exige música. De Chico Buarque.

 

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O Meu Amor, de Chico Buarque 

28
Out14

Apatia de inverno


vanita

tired_of__you_by_shadesofeleven.jpg

A ausência de luz fere-me a vista pelas frestas da janela. Desce no vidro e invade o coração como um veneno silencioso e corrosivo. Desce e aperta, um soluço travado na garganta que só conhece alívio com o sol que espreita madrugada dentro no meu quarto. Quem disse que a mudança de hora era uma coisa boa? 

Pág. 1/5

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2010
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2009
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2008
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2007
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub