E se de repente perdêssemos o emprego, fossemos fazer uma operação no mínimo complicada e nos dissessem que temos de gastar todas as nossas economias e mais algumas para pagar a intervenção cirúrgica? E se acontecesse tudo ao mesmo tempo?
Eu, Vanita, devo dizer que fiquei encantada com o porte do senhor capitão da selecção sempre que ia marcar um livre. Foi coisinha que me animou. E sim, estou a falar do Cristianê.
O assimilar de todos os contornos que não nos tinham passado despercebidos. A descrença no mundo que se tece de relações promiscuas e ambíguas. O impossível passar a perna de quem um dia demos a mão. A revolta nas entranhas, temperada com a certeza que ainda não é desta que nos derrubam. Custa, mas ainda não é desta.
Pior do que saber que temos um fardo pesado às costas é quando percebemos que os nossos melhores amigos também foram chamados a dar o litro. Com a nossa dor é fácil lidar e, arranjar forças, depende apenas de nós. O mal que fazem aos nossos deixam-nos impotentes. Porque há dores que não se podem aliviar, por mais que queiramos. Vale-nos o facto de saber que os nossos amigos têm muita da nossa fibra. O caminho é em frente e não há obstáculo que nos derrube. Garanto.