E se, depois de um workshop de primeiros socorros, lhe disserem que está qualificado para ser enfermeiro? Há quem tenha lutado por uma profissão, trabalhado de graça durante meses para aprender um ofício e subido a pulso numa carreira que requer carteira profissional. E há quem almeje um título e veja o sonho concretizar-se, sem qualquer mérito. É este o País que temos.
Como é que se classifica um livro que não acaba? Esta é a primeira metade do primeiro volume escrito por George R. R. Martin. Em Portugal, a editora Saída de Emergência achou que o autor não soube dividir a história e partiu-a em dois volumes. Lamentável, como já tinha dito aqui. À parte disso, embora perceba as comparações a "Senhor dos Anéis", a mim remete-me para o universo de "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, numa perspectiva altamente masculinizada. Trata-se de um livro cinematográfico, construído como uma série de televisão, em que cada capítulo corresponde visualmente a um episódio pronto a ser captado por câmaras de filmar. Todas as técnicas de cinema são aplicadas a uma história que nos agarra pelos pormenores e descrições da personalidade de cada uma das personagens, com reviravoltas que nos deixam em suspense até ao novo capítulo. Sim, quero ler o próximo. Aliás, já comecei.
É diferente do impacto da morte inesperada. Esta aguarda-nos adormecidos, entorpecidos pelas convulsões de uma espera ingrata. Aparentemente, a dor não nos toca. Pura ilusão.
Ando aqui eu, e muitos de vocês, a fazer sacrifícios para comprar um carro e há por aí palhaços que os recebem de mão beijada. Só por isso mesmo, por serem palhaços. Que vergonha, para quem os oferece e para quem os recebe.