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Sentada ao computador, com os apontamentos espalhados pela secretária, ela deixa o pensamento seguir o seu rumo enquanto ouve as conversas ali mesmo ao lado. À sua frente, uma colega fala ao telefone, com ar absorto e voz mecânica. Outra acaba de se levantar para ir buscar uma folha à impressora e, enquanto isso, a secretária enche a redacção com a sua voz inconfundível, que não esconde a formação revisteira. É impossível não distinguir a sonoridade típica de quem gosta de estar nos palcos. Ela, goza o ar fresco que lhe bate nos ombros, descobertos por uma camisola de Verão. O tom bronzeado da pele dilui-se nos apontamentos dourados que o sol deixou no cabelo. Olha-se para ela e ainda se sente o cheiro da maresia das férias que ainda agora acabaram...Esta sou eu a escrever um post, enquanto tento imitar o estilo de Katherine Pancol. É a melhor forma que encontro de explicar porque é que em 600 páginas mais não encontramos que o lento decorrer do dia-a-dia das personagens dos seus romances. Um desenrolar do quotiadiano que nos agarra pela riqueza das descrições, que a autora não se cansa de ir referindo ao longo do livro, como características da sua personagem principal, Joséphine. Depois de "Os Olhos Amarelos dos Crocodilos" e de "A Valsa Lenta das Tartarugas", estou ansiosa pelo terceiro. Diz que tem a ver com esquilos.