Tínhamos 24 anos quando nos conhecemos. Foi entre estas quatro paredes onde acabámos por crescer, viver, chorar e rir. As mesmas quatro paredes que hoje assistem à nossa despedida. "Boa noite", digo eu. "Dorme bem", respondes tu, num ritual costumeiro que nos fez mais que amigas nos últimos sete anos. Somos família. E é com lágrimas contidas que te vejo seguir um caminho que nos separa, as mesmas lágrimas que sei que também seguras e disfarças bem melhor do que eu. Sempre foste a razão e eu a emoção. Tu és a força contida, inabalável. Eu preciso de morder o lábio para não me deixar levar pelo momento. Faltam-me as palavras para te dizer que me vais fazer falta. Para te agradecer por estes que sei que serão sempre os melhores anos da nossa vida. Porque foram os anos das nossas conquistas individuais, minhas e tuas, a par e passo, como numa dança de equilíbrios bem coreografada. Se a minha vida sofreu uma reviravolta, porque não haveria a tua também de mudar o rumo?
Vale a pena apostar como em breve começam a chover posts de gente à beira do desespero porque, até agora, não tinha um lápis de cartolina decente para trabalhar? Que ainda bem que já não é preciso ir a Madrid de tempos a tempos para renovar o stock com ideias divertidas, originais e ecológicas para a cozinha ou o escritório? Pois, chega a ser matemático. A Muji chega ao Chiado em Novembro.
Entrei no curso de Mecânica Automóvel. As aulas começaram na semana passada e já sei o que é um radiador, uma bomba de água, termostato e respectivas válvulas. Também domino os euros que cada uma dessas peças pesam no orçamento. Tive uma introdução aos serviços periféricos de assistência em viagem - tanto da Brisa como da seguradora -, reboques e oficinas, bem como de coletes de segurança, indicações de localização e pinos de sinalização. Estou a iniciar-me na matéria que diz respeito à correia do alternador e bateria. Ninguém me avisou quando termina a licenciatura.