Por 13 razões, uma série que incomoda
vanita
Foi um soluço que não consegui controlar. Algumas cenas na série "Por 13 Razões" do Netflix são brutalmente gráficas. Uma em particular acabou com o meu auto-controlo. Quando percebi, desfazia-me em lágrimas. Não lágrimas que escapam de um nó apertado na garganta. Estas eram o resultado de qualquer coisa de muito profundo que não contive. A série que está a dar que falar um pouco por todo o lado aborda o suicídio adolescente e não tem deixado ninguém indiferente. Há quem critique, quem aponte a sua relevância, há choque e desespero. Não foi diferente comigo. A angústia cola-se à pele, devagarinho, como uma moínha, inicialmente nem nos aparecemos do seu efeito. Há apenas um desconforto latente, uma vontade de fugir e um sentimento de que não queremos estar ali. Na minha opinião, a série era chata, parada e com pouco interesse. Mas se assim era, por que não conseguia parar de ver episódio atrás de episódio? Olhando para trás, acredito que o que sentia era semelhante ao que se vive no secundário: um tédio brutal de quem está encurralado em dias que não avançam. Não estava preparada para a intensidade psicológica e gráfica dos episódios finais. Há imagens que nunca serão apagadas da minha memória e não acredito que fossem absolutamente necessárias. No entanto, se não fosse por elas, estaria eu aqui a escrever sobre isto quase 48 horas depois de as ter visto? "Por 13 razões" é um murro no estômago. Nada aconselhável a adolescentes, tenho a certeza. Mas é um murro que cumpre a função quando desferido a adultos, pais e crescidos. Porque há temas que não devem ser ignorados. Treze, pelo menos.