Das interpretações
vanita
"Em Portugal, só passa fome quem quer", é o título chamativo e incendiário da entrevista do i a Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias. Não é inocente, garante cliques, audiência e polémica. Lida a entrevista, falta-lhe contexto, o que é, no mínimo, de uma irrectidão de arrepiar. Porque se trata de um tema demasiado sensível para ser abordado ao jeito "casa dos segredos" ou derby de fim-de-semana.
Lida a entrevista, há mais ainda que importa realçar. É o caso desta falácia: "(...) no meio rural, basta ir ao quintal para se ter animais e legumes para a alimentação, coisa que não acontece na cidade." Isto apenas é verdade para quem acredita em fadas e anões. E é lamentável que a presidência da União das Misericórdias esteja entregue a quem defenda ideias feitas sem conhecimento de causa. Para mim, chega para não me debruçar sobre o resto da entrevista.