04
Mai14
A minha mãe
vanita
Casou aos 17 anos e aos 21 era mãe de três filhos. Tudo por opção, com garra, paixão e determinação. A minha mãe nunca teve muito dinheiro para nos escolher as roupas e sapatos mais giros das lojas que na altura nem sequer abundavam. Se não havia para as roupinhas mais bonitas, menos sobrava para empregadas que a pudessem ajudar na tarefa hercúlea e quase impossível de criar três filhos de idades diferentes e com necessidades distintas de atenção. Uma menina e dois meninos, cada um com as suas especificidades e personalidades bem marcadas. Ainda hoje assim é. A minha mãe era uma menina e o sorriso dela sempre o deixou transparecer. Contou com a ajuda do meu pai, apenas isso. Foi e é uma heroína. Mudou fraldas, lavou e passou a ferro toneladas de roupa - ainda hoje o faz - e todos os dias cozinha refeições com tempero de mãe. Limpou a casa e aturou birras e crises de adolescência e de adultos já feitos. Ralhou e deu-nos dois ou três tabefes mais do que merecidos. Cansou-se de trabalhar mas nunca de nos amar. A minha mãe deu-nos e continua a dar-nos todo o amor do mundo. E só quer que sejamos felizes em troca. Nunca nos pediu ajuda para nada, nem sequer para as tarefas domésticas. O fardo é dela e faz dele prova infinita de amor. A minha mãe é a minha heroína.