16
Jul09
Escrever é a minha paixão
vanita
Desde menina que gosto de brincar com as palavras. Primeiro com as canetas e os cadernos que pedinchava sempre que ia à loja com a minha mãe, depois com os quadros de ardósia, pelos quais me apaixonei. Não descansei enquanto não tive um. Até me cruzar com as máquinas de escrever. Nunca nada substituiu o que sinto quando vejo e toco uma máquina de escrever. Os meus pais não me puderam dar uma mas, durante muito tempo, os meus tios "esqueceram-se" da deles lá em casa. Era como se fosse minha. Vermelha como eu gosto. Era o meu tesouro. No 9.º ano aprendi escrever com todos os dedos no teclado azert. Mesmo com o dedo mindinho! Era o prazer de brincar com as palavras a misturar-se com o de ouvir as teclas bater na folha de papel. Nada substitui isso. Só pelo som era capaz de me deixar ficar horas a inventar pequenos nadas para encher folhas. Ainda hoje os meus olhos brilham quando vejo uma máquina dessas, de outros tempos. Porque faz parte de mim, mais do que as palavras podem descrever. Transporta-me para o sonho que me fez seguir a profissão que escolhi aos dez anos. O sonho tornou-se realidade mas brincar com as palavras nem sempre é fácil. É antes um desafio, um dos mais me entusiasma nesta vida. Por isso, quando leio textos como este, sinto-me pequenina. Porque transmitir emoções sem obrigar o leitor a reler as frases é uma arte. Acontece às vezes. Nem sempre quando esperamos ou queremos. Mas acontece. E quando leio um texto destes não consigo deixar de desejar que tivesse saído das minhas mãos. Porque sei que não seria capaz de o fazer. E diz tudo o que sinto e não consigo deitar cá para fora. Talvez um dia!