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caixa dos segredos

Bocados de mim embrulhados em palavras encharcadas de emoções. Um demónio à solta, num turbilhão de sensações. Uma menina traída pelas boas intenções.

05
Dez23

O livro que escrevo na minha cabeça


vanita

São personagens e momentos que irrompem nos meus pensamentos. Há muita emoção, ação e incontáveis estruturas em constante movimento. Desde que me conheço que tenho este projecto secreto guardado num sítio tão recôndito que quase acredito quando o nego, mas a verdade é que ele existe e impõe-se nos momentos de nostalgia e de encontro comigo mesma. Há uma história que cresce na minha cabeça, uma ideia que nunca ganha forma concreta e, por isso, me frustra. Às vezes acredito que, se me dedicar apenas a isso, o conceito ganha forma e vou conseguir extrair essa história que me habita há tanto tempo. Só que  essa passagem do tempo dá-me a certeza de que este é um objetivo tão oco como qualquer outro, uma ilusão. Mas a sensação de que a minha história não ganha forma apenas porque não encontro a chave para lhe dar vida persegue-me. E irrita-me pensar que não estou à altura de todos os desafios a que me proponho. À falta de melhor, fica aqui este apontamento para registo daquilo que não consigo fazer. Acreditem, isto também é maturidade.

23
Set23

O que fica do que fomos


vanita

Esfuma-se no tempo que levamos a dizê-lo e o que era deixa de ser. Nessa medida indizível, mudam gerações e núcleos familiares, muda a mesa da consoada. Sem tempo para mais do que perceber que já não o agarramos, o passado fica lá atrás e deixa-nos impotentes, cada vez menos convictos do futuro. É ao passado que pertencemos e é dele que faltam os afectos, as lágrimas e tanto do que somos. A vida não se compadece, não perde ritmo, mas quem somos abranda velocidade e cede espaço à nostalgia, à saudade e à falta que nos faz quem já se foi. Um dia seremos nós. Nós e todos os que guardamos dentro do que fomos.

16
Nov22

Esta ideia de ser Saramago


vanita

Se fosse vivo, José Saramago faria hoje 100 anos. Num mundo cada vez mais distante daquele que era o mundo original, contabilizar a passagem do tempo de quem já não está roça a insanidade. A data serve como desculpa para celebrar um escritor que respira em cada uma das palavras que deixou enquanto existia. O homem, esse, desapareceu no mistério que um dia também nos há-de tragar a cada um de nós. José Saramago será a visualização gráfica de um conceito, uma ideia bem distante do que era o ser que lhe deu vida. José Saramago é o Nobel português. Uma verdade sólida. O homem que nasceu há 100 anos é o génio que morreu aos 88. Alguém que alguns de nós conhecemos enquanto era vivo. Até ao dia em que não haverá mais ninguém que lhe sobreviva. Nesse momento, a recordação da pessoa dará lugar à celebração da figura.

20
Jul22

Geração de cristal


vanita

Feitos de loiça, frágeis e preciosos. Assim somos neste início de século. Polícias de comportamentos e costumes, mimados e protegidos, comandados pelo medo e de dedo em riste, a apontar falhas. Vivemos sozinhos numa angústia solitária mascarada de filtros que escondem a realidade. Somos opacos, vazios e sem conteúdo. Ansiamos por algo que nos quebre e roube à redoma de cristal em que nos enclausuramos. Tememos pelo mundo que não conhecemos e, como copos de vidro, continuamos no armário a aguardar a próxima grande festa que nunca será suficiente para justificar a saída. 

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